quinta-feira, 29 de outubro de 2009

contando moedas sobre a mesa
para ver se meus sonhos ainda preechem um punhado

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Mais uma vez a insônia me procura
Pra conversar...
E me encontra no silêncio da noite
Que não quer calar...

Ela me conta histórias sobre a Vida
Me relembra a Infância, há tanto esquecida
E traz à tona o tom perfeito
Do céu azul dos que não sonham

domingo, 18 de outubro de 2009

Mais um dia de sol

Mais um dia de Sol
Mais um dia bem bom
Mais uma rua que atravesso
Encontro um amigo e me despeço

Mais Alegria em meu corpo
Mais um pensamento bobo
Mais uma palavra séria
A Terra um dia mais velha

Mais uma vez dobro a esquina
Mais um frio na barriga
Mais fumaça dos automóveis
Vejo um prédio que alto sobe

Mais sorrisos nos Amigos
Mais um Tempo de estar contigo
Mais correria pela rua
Desejo te ver toda nua

Mais um Pôr-doSol que me emociona
Mais um dia que me abandona
Mais clara a Lua sobe
O Tempo demora, meu corpo te cobre

Mais desejos de quem se ama
Mais Amor em minha cama
Mais dizeres, mais pretextos
Muitos poemas, outros sonetos

Mais Prazer no corpo despido
Mais tesão num beijo comprido
Mais tarde, na alta Madrugada
Muito silêncio, não se ouve nada

Mais pesado meus olhos se fecham
Sem mais resistir ao sono me entrego

sábado, 17 de outubro de 2009

Ode de Álvaro de Campos

Vem, Noite antiquíssima e idêntica,
Noite Rainha nascida destronada,
Noite igual por dentro ao silêncio, Noite
Com as estrelas lantejoulas rápidas
No teu vestido franjado de Infinito.

Álvaro de Campos, em Dois Excertos de Odes.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Se eu pudesse,
como o dia quando nasce,
derramar a luz do que sou
nas coisas ao meu redor.

Talvez tivesse,
como a noite quando desce,
o estranho poder de ser absoluto,
de espalhar-se para ser um pouco de tudo.

E então, ao fim, morresse,
como sonho quando acorda,
vã esperança que se entendesse
o que a poucos, muito importa.
Não, eu não sou difícil
Sou facílimo demais
Por isso, complico

Não, eu não sou normal
Já fui bem apraz
Agora sei-me igual

Sim, sou bem esquisito
Caminho bastante pra trás
A buscar onde não existo