terça-feira, 28 de julho de 2009

e as letras saiam do branco de meu dedos
mas não eram meus os versos senão das palavras
as estrofes se sobrepunham sobre meu corpo
o som de minha boca era escrito no ar

toda poesia vivia em mim
enquanto lá fora a noite era pura
pura poesia de si mesma

quinta-feira, 23 de julho de 2009

ele então parou por um tempo
olhou para todo seu passado
como se visse uma planície
do alto de um monte

não havia um caminho no chão por onde andou
frutos nasceram, dias se foram e o céu mudou mil vezes
mas nada dizia seu nome
nem mesmo as flores que juraram exalar seu perfume
nem mesmo os pássaros que beberam de sua fonte

nada havia...
mas tudo existiu
houve uma vida
quando do tempo se despiu
o tempo é um amigo que parte
e nunca volta atrás...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Há um momento de tristeza em cada dia
Quando sento em frente a esta tela
Sem nenhum traço, nem cor que não seja dela
E pergunto-me onde está minha poesia?

Como se houvesse apenas um vazio
Onde bebo em copos de solidão.
Como se parassem as águas dum rio
Onde outrora, pescava inspiração