sábado, 28 de março de 2009

Laranja, o olho do Sol me olha
Suas pálpebras quase se fecham no horizonte
Os pássaros voam para ninhos mais ao sul
É quase hora do dia dormir...
Ainda se vê o céu na cidade onde sonho
E nele vejo estrelas, vejo a lua sorrateira
Vejo pequenos prédios e grandes morros
E sou eu mesmo
Pois não sei (nem quero) ser
outro alguém...

segunda-feira, 23 de março de 2009

Anel turquesa
Num céu de azul celeste celestial
Enquanto alegro-me com crianças cor de romã
E lábios cor da açaí...

Amos as cores de Caetano
Elas tem cheiro de Vida
E som de Alegria...
Cansei de esperar que uma parte de mim lembrasse quem era
Cansei de ser o sonho que não era meu
Vou dar adeus ao que não quis
Vou viver...
Ser feliz...
... e nos pés do dia ele fez cama no vento
saiu pelo prado como se flutuasse na aurora
disse às flores que seria perfume
escorregou seus pés nas águas do córrego
as sombras das árvores lhe serviram de chapéu
sorriu...
tinha o dia todo para viver como sempre
É tempo de viver
(Há uma noção correta do Tempo?)
Sorrir para o ar e cantar uma canção
(Existe a palavra certa para o momento que vivo?)
Trazer de dentro o que pulsa feito os astros
(Dentro de nós há uma constelação?)
Deixar pra trás o que não foi
(Viver no presente é desprender-se só do passado?)
Sair dos próprios condicionamentos
(Aprendemos primeiro o certo ou melhoramos com os erros?)
Caminhar na trilha clara do escuro
(A clareira do que penso é o sentir exacerbado?)
Enterrar os pés em areia fofa
(Ser natural é ser distante do normal?)
Deixar-me azul com montes e estrelas
(Ser do tamanho do espaço existente também é ser infinito?)
Morrer a cada instante
(Viver é esvair-se aos poucos?)
Ser mais louco dos que os normais
(Normalmente sou um pouco louco?)
Viver, viver, viver
(Não ter questões é a melhor forma de sentir-se vivo :-)
Em tempos de Olimpíada

A areia corre pela praia
Para ganhar de ninguém
As ondas nadam milhares de quilômetros
E vem bater, bem esticadas, nas bordas das conchas
O céu despeja gotas
Que caem nas folhas
E saltam ornamentais para a terra
Enquanto pássaros cantam
O passar do tempo
O construir do mundo

Lá no alto, as nuvens dançam sincronizadas com coisa alguma
E abrem espaços para que a lua seja de prata
Enquanto a noite de ventos uivantes
Pula ao longo de toda madrugada
Para no fim da jornada
Trazer no sol o ouro da vitória
De mais um ciclo da Vida
"Seu peito também se abria, docemente se abria e se dilatava para antigas ternuras, recordações ainda palpitantes que o alcançavam desde o sítio onde se esconde a infância. Seu coração disparava como o de um menino"
Mário Arregui, em Cavalos do Amanhecer

(re)inaugurando...

De uma vontade que é minha
Vou renascer das palavras
E com elas pintar um mundo
Que um dia me cercou de Vida

Andei apagado...
Perdi meu nome...
Não fui a lugar algum...
E não estive em nenhum espaço...

Ah, como é bom saber-se poeta de novo
Lá vou eu...
Viver de tudo um pouco
Viver o Mundo... aos poucos...